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Ações da Adidas despencam apesar de resultados sólidos no trimestre

As ações da Adidas sofreram uma queda abrupta na tarde de quarta-feira, mesmo após a companhia ter apresentado números considerados sólidos para o terceiro trimestre e confirmado suas projeções anuais elevadas. A forte pressão vendedora foi desencadeada por declarações da administração durante uma teleconferência com analistas, que geraram nervosismo sobre o desempenho dos negócios nos Estados Unidos.

A forte reação do mercado

Embora os papéis da gigante de artigos esportivos tenham iniciado o pregão em leve alta, impulsionados pelos resultados matinais, a tendência mudou drasticamente após o início da teleconferência. As perdas se aprofundaram ao longo da tarde, chegando a superar os 10% em determinado momento, levando as ações ao seu nível mais baixo desde o início de setembro. No fechamento da bolsa XETRA, os papéis caíam 7,97%, cotados a 169,70 euros, figurando como a maior baixa do dia no índice DAX.

Cautela nos EUA como gatilho da queda

Operadores de mercado atribuíram a liquidação às declarações da gestão, especificamente sobre o mercado norte-americano. O ponto crucial que gerou nervosismo foi a observação de que os varejistas nos EUA estão, no momento, agindo com extrema cautela em seus pedidos (encomendas). Essa informação sobre a retração no comércio americano ofuscou os números financeiros finais do trimestre, que por si sós não foram suficientes para sustentar o otimismo dos investidores.

Resultados trimestrais impulsionados por clássicos

Apesar da reação negativa do mercado, os números do terceiro trimestre foram robustos. A Adidas continua a se beneficiar da alta demanda por seus modelos clássicos de tênis, a chamada tendência “retro”, que o CEO Björn Gulden não vê arrefecer. O lucro bruto trimestral atingiu 3,44 bilhões de euros, um aumento de 4,1% em relação ao ano anterior, com a receita crescendo 3%, para 6,63 bilhões de euros. Regionalmente, a empresa viu forte crescimento na Europa e na América Latina, mas apresentou fraqueza na América do Norte. As categorias de corrida e futebol cresceram dois dígitos.

Lucratividade e gestão de tarifas

O lucro antes dos impostos no trimestre totalizou 650 milhões de euros, um crescimento de mais de 8% ano a ano. O lucro líquido das operações continuadas foi de 482 milhões de euros. Um ponto positivo destacado pela gestão foi o impacto das tarifas de importação dos EUA, que será menor do que o temido inicialmente. Gulden agora espera um encargo de apenas 120 milhões de euros para o ano corrente, uma revisão otimista frente à estimativa anterior de 200 milhões de euros.

Perspectivas anuais otimistas

Apesar da turbulência no mercado de ações, a Adidas manteve sua previsão elevada para o ano fiscal completo. O grupo espera agora um lucro operacional de cerca de 2 bilhões de euros. Ao final dos primeiros nove meses, a empresa já havia alcançado 1,89 bilhão de euros, superando a meta anterior para o ano. A expectativa é que a receita cresça 9%, em termos ajustados pela moeda. Excluindo os efeitos da linha Yeezy, o crescimento apenas da marca Adidas deve atingir dois dígitos percentuais.