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Adoção de IA dispara 34% e promete revolucionar produtividade na Itália

A inteligência artificial está deixando de ser uma promessa para se tornar uma alavanca estratégica fundamental na transformação digital das empresas italianas. Um estudo recente revela que 46% dos profissionais no país já utilizam ferramentas de IA em seu trabalho, um salto impressionante em comparação com os apenas 12% registrados no ano passado. A tecnologia está se consolidando como um motor de eficiência, com setores como o de alimentos e bebidas prevendo um aumento de produtividade de até 20% na próxima década.

O avanço da IA no ambiente corporativo

A segunda edição do estudo “EY Italy AI Barometer”, conduzido pela consultoria EY, entrevistou mais de 4.900 profissionais em 9 países europeus, incluindo 539 da Itália, e confirmou que a IA é uma realidade concreta que já gera valor. Cerca de 52% da alta gestão relatou benefícios tangíveis, como redução de custos e aumento de lucros.

Mais de 80% dos entrevistados avaliam sua experiência com IA de forma positiva, e as empresas estão apoiando ativamente essa integração. A maioria dos funcionários afirma que pode usar aplicativos de IA no trabalho, seja livremente (40%) ou com algumas restrições (27%). O uso da tecnologia na Itália é impulsionado principalmente por aplicações que melhoram a produtividade individual, como assistentes de escrita (60%), assistentes de voz (47%) e chatbots (40%). No entanto, a segurança de dados (53%), a experiência do usuário (40%) e os custos (32,5%) continuam sendo os principais pontos de atenção.

Liderança e o desafio da capacitação

O estudo da EY destaca que a adoção da IA segue uma abordagem “top-down”, ou seja, de cima para baixo. Cerca de 59% dos profissionais em cargos de liderança aumentaram o uso de IA, em comparação com 39% dos demais funcionários. Além de liderar a adoção, os gestores demonstram maior consciência sobre os aspectos éticos e regulatórios: 74% deles conhecem o framework ético de sua organização, contra apenas 47% dos outros colaboradores.

Apesar do incentivo da liderança, existe uma lacuna na percepção sobre o treinamento. Enquanto quase metade da alta gestão acredita que os funcionários receberam capacitação adequada, apenas 20% dos colaboradores concordam. “A inteligência artificial não é mais uma tecnologia emergente, mas uma realidade. O verdadeiro salto de qualidade virá quando for acompanhada por uma cultura difundida. Reduzir a diferença de conscientização entre liderança e funcionários é uma prioridade estratégica”, comenta Giuseppe Santonato, Líder de IA da EY Europe West.

Essa necessidade de qualificação é tão evidente que 64% dos trabalhadores já estão investindo em sua própria formação sobre o tema, seja de forma particular (26%) ou com apoio da empresa (22%), confirmando que o futuro profissional passará pelo domínio da IA.

Setor de alimentos e bebidas: um salto de 20% na produtividade

Uma análise da consultoria Bain & Company, repercutida pelo jornal Il Sole 24 Ore, mostra o impacto transformador da IA em um setor específico: o de alimentos e bebidas. A implementação de IA e automação avançada pode aumentar a produtividade em 20%, o que equivaleria a adicionar 100 mil novos trabalhadores ao setor em dez anos.

A chamada “Agentic AI” — sistemas capazes de atingir metas com supervisão limitada — deve transformar áreas operacionais como compras, produção, marketing e finanças, automatizando tarefas repetitivas. Isso permitiria o remanejamento de cerca de 20% dos recursos humanos para atividades estratégicas, como pesquisa e desenvolvimento e gestão. “O desafio e, ao mesmo tempo, a oportunidade, será desenvolver novas competências tecnológicas na empresa para realocar os recursos humanos na gestão da relação homem-máquina, em uma ótica de inteligência colaborativa”, explica Duilio Matrullo, sócio da Bain & Company.

O futuro do consumo e da indústria

Segundo Matrullo, essa mudança marca o fim do modelo operacional tradicional e o início de um novo paradigma: mais ágil, digital e guiado por algoritmos. O relatório da Bain & Company prevê que, até 2035, o consumo será amplamente gerenciado por plataformas tecnológicas e robótica. A interação entre cliente e marca também mudará, sendo mediada por agentes de IA que poderão gerenciar o reabastecimento de produtos, orçamentos e até mesmo as decisões de compra.

Para as marcas, o sucesso dependerá da capacidade de comunicar seu valor não apenas para os seres humanos, mas também para os sistemas automatizados que os auxiliarão. O cenário aponta para uma nova revolução industrial, com fábricas capazes de realizar análises em tempo real para otimizar a produção e um planejamento de mídia totalmente guiado por IA, redefinindo a competitividade em um mercado cada vez mais diversificado.